sábado, 5 de maio de 2012

"Diário Carioca - o jornal que mudou a imprensa carioca", Cecília Costa

A jornalista e escritora Cecília Costa, minha colega contemporânea de O Globo e ex-editora do caderno "Prosa & Verso", está lançando "Diário Carioca - o jornal que mudou a imprensa carioca". Acompanhei a fase inicial de produção do livro, Cecília fez palestra para meus alunos na época e estou curiosíssimo para ler no papel. Já dei uma espiadinha no pdf. Tenho paixão e curiosidade pelo DC. Afinal revolucionou a imprensa. Não é da minha época. Vou ler todinho e recomendo.

 Capa do livro

Reprodução da capa de uma das edições mais famosas

Quem gosta de ler em pdf é só clicar aqui.

Release e sinopse do livro:

Biblioteca Nacional lança

Diário Carioca, o jornal que mudou a imprensa brasileira

A Fundação Biblioteca Nacional lança agora em abril o livro Diário Carioca, o jornal que mudou a imprensa brasileira, nono volume de sua coleção Cadernos da Biblioteca Nacional. Escrita pela jornalista e escritora Cecília Costa, a obra conta, em suas 504 páginas, a história de um dos mais importantes periódicos brasileiros do século XX – o Diário Carioca –, desde a sua fundação, em 17 de julho de 1928, por José Eduardo de Macedo Soares, até seu fechamento, em dezembro de 1965. O DC também se notabilizou pelas inovações que introduziu na imprensa brasileira, incluindo o primeiro manual de estilo para uso de jornalistas.


Criado para fazer oposição ao Washington Luís e a seu candidato à Presidência, Júlio Prestes – ou seja, para fortalecer os revolucionários de 1930 liderados por Getúlio Vargas –, o DC participou em seus primórdios de momentos históricos decisivos, quando exerceu forte influência sobre a cena política brasileira. Entre estes se destacam a campanha da Constituinte, em 32, quando foi empastelado por simpatizantes do governo provisório de Getúlio Vargas, a luta pelo retorno da democracia em 1945 e a pressão exercida por ele e outros jornais da oposição sobre Getúlio após o atentado contra Carlos Lacerda, na Rua Toneleros, durante o episódio que passaria à história como “mar de lama”.


Foi em 1932, após o empastelamento do seu jornal, que Macedo Soares, já com 50 anos, decidiu abandonar a direção do jornal, passando a exercer apenas o cargo de editorialista, destacando-se pela coragem e contundência de seus textos. Manteve-se também como eminência parda do periódico, tendo alçado ao cargo de diretor-executivo o amigo dileto Horácio de Carvalho Jr., neto do Barão de Amparo, que esteve à frente do jornal até o seu fechamento. Horácio teve como esposa, durante 45 anos, a francesa Lily de Carvalho, miss Paris em 1937, posteriormente casada em segundas núpcias com o presidente das Organizações Globo, Roberto Marinho.


O papel mais relevante daquele pequeno grande jornal, no entanto, e que o faz ser relembrado até hoje, foi o de ter iniciado a reforma do jornalismo carioca, a bem dizer jornalismo brasileiro, já que em 1950 o Rio de Janeiro, capital federal, era a caixa de ressonância política e cultural do país.


Foi no começo da década de 1950 que o DC pretendeu dar o seu grande passo, tornando-se um grande jornal de circulação nacional.  Inaugurou, na ocasião, seu novo e bonito prédio sobre pilotis, na Avenida Presidente Vargas, projetado pelo grande arquiteto Afonso Eduardo Reidy, e a gráfica Érica, com o que havia de mais moderno no mundo em matéria de equipamento. O novo DC saiu no dia 28 de maio de 1950, um domingo, com 72 páginas e cinco cadernos, como o Carioquinha, a cores, e a Revista do DC, para o público feminino, além de páginas literárias com colaboradores de alto nível, como Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira e Sérgio Buarque de Holanda.  Fizeram parte dessa reforma, que antecedeu em seis anos à do Jornal do Brasil, nomes que se consagraram na imprensa do país, como Pompeu de Souza, Luiz Paulistano e Prudente de Moraes, Neto.


O manual de estilo então criado implantou o uso de lide e sublide no Brasil, acabando com o famigerado “nariz de cera” – texto de introdução às reportagens que muitas beiravam a subliteratura –, em voga desde o século XIX na nossa imprensa. Além disso, criou um jornalismo moderno e essencialmente carioca, destacando-se a cobertura com suíte, os títulos com siglas e até mesmo sem verbo, o que era uma revolução para a época. A obra traz também um caderno de trinta fotos e depoimentos de vinte jornalistas que atuaram no DC, entre eles Kleber Paulistano, Janio de Freitas, Alaor Barreto, Teodoro de Barros, Ana Arruda Callado, Gilson Campos, Sábato Magaldi, Maria Inês Duque Estrada, José Augusto Ribeiro, Murilo Melo Filho, Ferreira Gullar, Zezé Cordeiro, Maurício Azedo e José Ramos Tinhorão.


Diário Carioca, o jornal que mudou a imprensa brasileira, de Cecília Costa. Apresentação de Benício Medeiros. Volume 9 da Coleção Cadernos da Biblioteca Nacional, 504 páginas.   


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