domingo, 10 de março de 2013

"REALIDADE, a história da revista que virou lenda", Mylton Severiano



Há meses que esperava a divulgação do lançamento desse livro. Li todos os livros sobre a REALIDADE e já tentei fazer dois blogs com meus alunos: Virou Realidade e Realidade Revista.

Já encomendei o meu exemplar no site da Editora. Cliquem aqui.

Leiam a materinha que deu ontem na Folha de S. Paulo.
Livro resgata os bastidores da 'Realidade'
Obra do ex-redator Mylton Severiano inclui informações inéditas do criador da revista
DA COLUNISTA DA FOLHA
O jornalista Paulo Patarra guardou por 40 anos uma caixa de papelão amarelo da Kodak, com cartas, bilhetes e fotos dos tempos em que dirigia a "Realidade", referência de jornalismo nos anos 1960.
Antes de morrer, em 2008, entregou o material a Mylton Severiano, o Myltainho. O antigo redator da revista, como Patarra sabia, estava àquela altura escrevendo um livro sobre a publicação.
Esse material, somado a um "diário de bordo" sobre os 16 primeiros números, também deixados pelo diretor, são a maior riqueza de "Realidade: A História da Revista que Virou Lenda", que Myltainho lança agora pela catarinense Insular. Especialmente pelo ineditismo.
A publicação, afinal, já foi tema de estudos a perder de vista, além de ter sido retratada por outros ex-membros da equipe, como José Hamilton Ribeiro e José Carlos Marão, organizadores de "Realidade Re-Vista" (Realejo, 2010).
Como todo remanescente da revista gosta de lembrar, a "Realidade" foi lançada em 1966 com um projeto singular bancado pela editora Abril -mensal, ambicionava dar conta de assuntos do momento em grandes reportagens, sem perder a atualidade.
Entravam nas edições histórias tão variadas como a cobertura fotográfica de um parto, por Claudia Andujar, ou o premiado perfil dos meninos de rua do Recife, por Roberto Freire (o terapeuta).
O fato de ninguém ali ter certeza de como seria o resultado, eles dizem, ajudou. Assim como, é claro, contar com reportagens de nomes como Luiz Fernando Mercadante e o escritor João Antônio.
No auge, a revista chegou aos 500 mil exemplares vendidos em bancas, em plena ditadura, dando um jeitinho de ser provocativa sem incomodar demais os militares.
Mas a fórmula, como anotou Patarra em 1968, a certa altura deixou de funcionar: "Os generais pediam (depois iam impor) que Realidade se autocastrasse". Pouco depois ele deixaria a revista, acompanhado por mais de dez membros da equipe.
A "Realidade" sobreviveria até 1976, com menos impacto. Myltainho, no livro, encerra sua história em 1968.

REALIDADE: A HISTÓRIA DA REVISTA QUE VIROU LENDA
AUTOR Mylton Severiano
EDITORA Insular
QUANTO R$ 49 (320 págs.)

2 comentários:

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    Um relato da imprensa sobre seis anos que mudaram o mundo;
    O Leste Europeu como o laboratório das teses neoliberais;
    Como e porque Veja vendeu sua opinião;
    A criação do discurso midiático por meio de analistas confiáveis;
    As relações entre o noticiário e a publicidade.


    Para a grande imprensa, a União Soviética e seus satélites europeus representavam uma poderosa ameaça em 1985. Uma superpotência militar agressiva e expansionista, apoiada em uma base material que não poderia ser considerada a de uma superpotência econômica, mas que ainda assim era a segunda economia do mundo. Ao fim do período em questão, essa ameaça não era mais perceptível. Construiu-se o discurso de que o comunismo foi um fracasso político, econômico e social desde seus primórdios. O que contrariava suas próprias afirmações de seis anos antes, rapidamente apagadas da memória. Em 1991, o sistema estava fadado ao colapso, em decorrência de suas características naturais e inapeláveis. Em 1985 previa-se que a URSS venceria a guerra no Afeganistão, incorporando o país da Ásia Central à sua economia. Ou ainda, que seria um páreo à altura para os Estados Unidos no cenário internacional e na corrida armamentista que apontava para a militarização do espaço. A mudança sistêmica no Leste Europeu foi completamente inesperada. Veja, como a mídia em geral, não foi feliz em identificar esse processo. Uma das razões para a incapacidade em perceber as transformações foi a escolha, por parte de seus editores, de analistas confiáveis, que pincelaram um quadro equivocado. Sua análise foi contaminada e flutuou segundo as necessidades de seus anunciantes. Nosso objetivo é traçar a mudança discursiva sobre o cenário do Leste Europeu.

    A revista Veja e o bloco soviético - do império do mal ao fracasso do comunismo: 1985-1991. 1. ed. Curitiba: Editora CRV, 2013. 288p. ISBN: 978-85-8042-608-3.

    http://www.editoracrv.com.br/?f=produto_detalhes&pid=3710

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