Novidade. Acabou de sair. Não li ainda, mas recomendo. Mylton é um jornalista conceituado e tem história para contar.
Leia a sinopse:
O livro conta a história do "O Estado de S. Paulo", fundado em 1875 para defender interesses de fazendeiros, capitalistas e republicanos paulistas. Graças aos encantos da atriz Luísa Satanella, um sócio deu um desfalque e com ela se foi para a Itália em 1902, pondo o jornal todo no colo da família Mesquita, de Júlio I. Sob a fachada de liberal, gente do Estadão no entanto chegou a conspirar e até a aderir à luta armada, como em 1932, quando sentiu suas aspirações ao poder ameaçadas.
Perdeu todas as eleições na República Velha, perdeu em 1930, 1932, mesmo em 1964 - sob censura após o golpe vitorioso que apoiaram, e cedem lugar aos Frias em 1984 ao negar apoio às Diretas Já. Perdem em 2002 e 2006 para Lula, em 2010 para Dilma. Estando para nós como The New York Times para os americanos, chega ao auge no governo Geisel, em plena ditadura, contra a qual assestam golpe que nenhum outro jornal ousaria, a série conhecida como "escândalo das mordomias". Ao mesmo tempo, montam a maior rede de sucursais, com correspondentes até no exterior.
Com a quarta geração, sobrevindo uma série de erros, o jornal cai nas mãos de banqueiros, "engenheiros", perde a importância de outrora. A saga, apurada com ajuda de alguns dos maiores repórteres brasileiros, inclusive da antiga equipe do Estadão, e escrita por Mylton Severiano, expõe a História do Brasil no último século e meio tendo como pano de fundo a história de uma família que teve um grande jornal. Todo empreendimento humano segue a lógica do ciclo vital: nasceu, já começa a morrer.
Não estamos a contar novidade. Morrem fábricas, bancos, casas comerciais, escolas, nações, impérios - e jornais. Aos 74 anos, morreu em 1975 o Correio da Manhã; o Correio Paulistano aos 109 anos, em 1963; e mais recente finou-se a versão em papel do Jornal do Brasil, aos 119 anos. Tal como acontece com os seres, alguns jornais vivem mais, outros menos, de acordo com o que determina seu DNA, sua fonte de alimentação, seu comportamento.
Diz o povo que se morre ou de morte morrida ou de morte matada. O que impressiona na trajetória do Estadão é a persistência da família Mesquita em erros administrativos, escolhas políticas desastrosas, bem como a assiduidade com que perdem praticamente todos os "bondes da história". Dos bondes perdidos, o mais clamoroso foi talvez deixar a Folha empunhar sozinha a bandeira das "Diretas Já" em 1984. Dos erros administrativos, campeão foi mudar do centro da capital paulista para a várzea do Tietê, o que fez o jornal pela primeira vez não chegar às bancas por causa das enchentes de janeiro de 2010. Apostam em Getúlio, perdem; apostam contra Getúlio, perdem. Jogam todas as fichas no movimento constitucionalista de 1932, e perdem feio; apostam no golpe de 1964, e perdem.
Para resumir, quando este livro é concluído, acabam de apostar contra Dilma Rousseff, eleita primeira mulher presidente do Brasil. Os Mesquitas parecem o avesso de Deus: de hora em hora, a família piora. Chegando ao sesquicentenário, o jornalão tropeça nas pernas. Nascidos para Perder conta como o Estado chegou a esse estado.
Para saber mais, clique aqui.
Fantastico blog, PC. Muito bom mesmo!!!
ResponderExcluirParabéns pelo blog, PC. Muito bom! Vou indicá-lo para os meus alunos na Faculdade Pinheiro Guimarães. Abs
ResponderExcluirValeu, Jorginho; obrigado, Hélio.
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